Wednesday, July 05, 2006

22. A rede do simbolismo

É possível então dizer que o homem não vive apenas no meio-ambiente da natureza? Isso parece ser assim. Cassirer resume o ponto da seguinte forma:
“Não estando mais num universo meramente físico, o homem vive em um universo simbólico. A linguagem, o mito, a arte e a religião são partes desse universo. São os variados fios que tecem a rede simbólica, o emaranhado da experiência humana. Todo o progresso humano em pensamento e experiência é refinado por essa rede, e a fortalece. Envolveu-se de tal modo em formas lingüísticas, imagens artísticas, símbolos míticos ou ritos religiosos que não consegue ver ou conhecer coisa alguma a não ser pela interposição desse meio artificial. Sua situação é a mesma tanto na esfera teórica como na prática. Mesmo nesta, o homem não vive em um mundo de fatos nus e crus, ou segundo suas necessidades e desejos imediatos. Vive antes em meio a emoções imaginárias, em esperanças e temores, ilusões e desilusões, em suas fantasias e sonhos. ‘O que perturba e assusta o homem’, disse Epíteto, ‘não são as coisas, mas suas opiniões e fantasias sobre as coisas”.
“A partir do ponto de vista a que acabamos de chegar, podemos corrigir e ampliar a definição clássica do homem. (...) Em vez de definir o homem como animal rationale, deveríamos defini-lo como animal symbolicum.” (pp. 48-50)

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