14. A descrição telementacional da linguagem
Saussure concebia a fala como seguindo um ‘circuito de fala’: do cérebro (mente) de um falante até a emissão de palavras audíveis, daí até a recepção de sons, seguindo até a mente de um ouvinte e, dada a resposta, tudo de volta": “o ponto de partida do circuito ocorre no cérebro de A, onde fatos mentais (conceitos) estão associados com representações dos sons lingüísticos (imagens acústicas) que são usados para sua expressão. Um dado conceito suscita no cérebro uma imagem acústica correspondente. A esse fenômeno puramente psicológico segue-se, por sua vez, um processo fisiológico: o cérebro transmite aos órgãos da fonação um impulso que corresponde à imagem acústica. A seguir, as ondas sonoras se propagam da boca de A até o ouvido de B, num processo puramente físico. A seguir, o circuito prossegue em B, numa ordem inversa: do ouvido para o cérebro... no cérebro, a associação psicológica da imagem acústica com o conceito correspondente.” Essa descrição “telementacional”é primitiva e problemática, pois depende de uma elucidação dessas relações misteriosas entre “conceito”, “fato mental”, cérebro”, etc. Veja, sobre isso, a crítica de BAKER e HACKER, no livro Language, Sense and Nonsense. A Critical Investigation into Modern Theories of Language. Basil Blackwell, 1985. Há uma tradução do capítulo feita por Ronai Pires da Rocha e Desirée da Mota Roth, publicada na Revista LETRAS/UFSM.
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