16. Ernst Cassirer
Um dos maiores filósofos do século vinte, Martin Heidegger (1889-1976), abordou a pergunta kantiana - o que é homem? – em um livro chamado Kant e o Problema da Metafísica, para discutir a possibilidade de que a filosofia ficasse centrada em torno de uma disciplina cujo nome seria “antropologia filosófica”. A conclusão de Heidegger foi que este projeto, que era discutido nos anos 20 e trinta, na Europa, era vago e impreciso. Heidegger discutiu este tema motivado pelo fato de muitos filósofos, na época (na virada dos anos vinte) escreverem livros de antropologia filosófica:
Ernst Cassirer (1874-1945) é um autor situado na tradição kantiana da escola de Marburgo. Foi professor de filosofia em Berlim e Hamburgo e depois emigrou para os Estados Unidos, fugindo do nazismo. Influenciou a obra de Suzane Langer (1895-1985), por exemplo. Sua obra está situada na tradição kantiana, que procurou ampliar, na forma de uma interpretação do pensamento mítico, histórico, científico, etc.
No Ensaio sobre o Homem, cujo subtítulo é Introdução a uma filosofia da cultura humana, a primeira parte é intitulada exatamente “O que é o homem?”. Cassirer examina as respostas mais conhecidas para esta pergunta, de Nietzsche, de Marx e de Freud. A conclusão dele é que esses autores ofereceram perspectivas particularistas e pouco unificadoras. Essas teorias, diz Cassirer, são como leitos de Procusto, “no qual os fatos empíricos são esticados para amoldar-se a um padrão preconcebido”.(p. 41) Uma teoria unitária para compreender o homem, diz Cassirer, pode ser encontrada mediante uma reflexão sobre o símbolo. Daí o título do segundo capítulo do livro, “Uma chave para a natureza do homem: o símbolo”. Veja essa passagem:
“...no mundo humano encontramos uma característica nova que parece ser a marca distintiva da vida humana. O círculo funcional do homem não é apenas quantitativamente maior; passou também por uma mudança qualitativa. O homem descobriu, por assim dizer, um novo método para adaptar-se ao seu ambiente. Entre o sistema receptor e o efetuador, que são encontrados em todas as espécies animais, observamos no homem um terceiro elo que podemos descrever como o sistema simbólico. Esta nova aquisição transforma o conjunto da vida humana. Comparado com os outros animais, o homem não vive apenas em uma realidade mais ampla; vive, pode-se dizer, em uma nova dimensão da realidade. Existe uma diferença inconfundível entre as reações orgânicas e as respostas humanas. No primeiro caso, uma resposta direta e imediata é dada a um estímulo externo; no segundo, a resposta é diferida. É interrompido e retardado por um lento e complicado processo de pensamento. (pp. 47-8)”
Na passagem acima é importante notar a distinção entre “sinal”, que representa por contigüidade natural, e o “símbolo”, que representa por convenção.
Ernst Cassirer (1874-1945) é um autor situado na tradição kantiana da escola de Marburgo. Foi professor de filosofia em Berlim e Hamburgo e depois emigrou para os Estados Unidos, fugindo do nazismo. Influenciou a obra de Suzane Langer (1895-1985), por exemplo. Sua obra está situada na tradição kantiana, que procurou ampliar, na forma de uma interpretação do pensamento mítico, histórico, científico, etc.
No Ensaio sobre o Homem, cujo subtítulo é Introdução a uma filosofia da cultura humana, a primeira parte é intitulada exatamente “O que é o homem?”. Cassirer examina as respostas mais conhecidas para esta pergunta, de Nietzsche, de Marx e de Freud. A conclusão dele é que esses autores ofereceram perspectivas particularistas e pouco unificadoras. Essas teorias, diz Cassirer, são como leitos de Procusto, “no qual os fatos empíricos são esticados para amoldar-se a um padrão preconcebido”.(p. 41) Uma teoria unitária para compreender o homem, diz Cassirer, pode ser encontrada mediante uma reflexão sobre o símbolo. Daí o título do segundo capítulo do livro, “Uma chave para a natureza do homem: o símbolo”. Veja essa passagem:
“...no mundo humano encontramos uma característica nova que parece ser a marca distintiva da vida humana. O círculo funcional do homem não é apenas quantitativamente maior; passou também por uma mudança qualitativa. O homem descobriu, por assim dizer, um novo método para adaptar-se ao seu ambiente. Entre o sistema receptor e o efetuador, que são encontrados em todas as espécies animais, observamos no homem um terceiro elo que podemos descrever como o sistema simbólico. Esta nova aquisição transforma o conjunto da vida humana. Comparado com os outros animais, o homem não vive apenas em uma realidade mais ampla; vive, pode-se dizer, em uma nova dimensão da realidade. Existe uma diferença inconfundível entre as reações orgânicas e as respostas humanas. No primeiro caso, uma resposta direta e imediata é dada a um estímulo externo; no segundo, a resposta é diferida. É interrompido e retardado por um lento e complicado processo de pensamento. (pp. 47-8)”
Na passagem acima é importante notar a distinção entre “sinal”, que representa por contigüidade natural, e o “símbolo”, que representa por convenção.
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